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quinta-feira, 18 de março de 2010

O vendedor de sonhos- O Chamado


Ontem acabei a leitura do primeiro volume do livro de Augusto Cury, " O vendedor de sonhos- O Chamado".
Quem lê os livros do autor percebe que independentemente da obra, ele sempre tenta passar uma lição de qualidade de vida.
Ele sempre demonstra de forma objetiva que não temos qualidade de vida no mundo atual, não temos tempo para curtir a vida, curtir os filhos, que damos muito valor ao ter e esquecemos do ser, que nos entupimos de preocupações, que sofremos com estress, dores de cabeça, dores musculares, queda de cabelo e todos estes sintomas possuem uma razão.
Ele não precisa ser fenomenal para convencer seu leitor que está certo, pois seus argumentos são fatos, bem como ele possui a sensibilidade suficiente para criar no leitor uma ânsia de mudança de foco, de atitude.
O discurso realizado pelo vendedor de sonhos no último capítulo merece ser registrado:
" Deus, quem és tu? Por que esconde sua face atrás do lençol do tempo e não acusa as minhas insanidades? Falta-me sabedoria, e tu o sabes muito bem. Com os pés, piso na superfície do solo, mas com a mente caminho na superfície do conhecimento. Estou mortalmente abatido pela soberba, achando que sei alguma coisa. Até quando digo que não sei.
- A vida é longuíssima para se errar, mas assombrosamente curta para se viver. A consciência da brevidade da vida pertuba a vaidade dos meus neurônios e me faz ver que sou um caminhamente que cintila nas curvas da existência e se dissipa aos primeiros raios do tempo.
Nesse breve intervalo entre cintilar e dissipar, ando à procura de quem sou. procure-me em muitos lugares, mas me achei num lugar anônimo, no único lugar onde as vaias e aplausos são a mesma coisa, o único lugar onde ninguém pode entrar sem permitirmos, nem nós mesmos.
Ah! Se eu pudesse retornar no tempo! Conquistaria menos poder e teria mais poder de conquistar. beberia algumas doses de irresponsabilidade, me colocaria menos como aparelho de resolver problemas e me permitiria relaxar, pensar no abstrato, refletir sobre os mistérios que me cercam.
Se eu pudesse retornar no tempo, procuraria meus amigos da juventude. Onde estão? Quem está vivo? Eu os procuraria e reviveria as experiêcias singelas colhidas no jardim da simplicidade, onde não havia as ervas do status nem a sedução do poder financeiro.
Se eu pudesse retornar, daria mais telefonemas para a mulher da minha vida nos intervalos das reuniões. procuraria ser um profissional mais estúpido e um amante mais intenso. seria mais bem-humorado e menos pragmático, menos lógico e mais romântico. Escreveria sem medo: Perdoe-me por trocá-la pelas reuniões de trabalho! Não desista de mim.
Ah, se eu pudesse retornar nas asas do tempo! beijaria mais meus filhos, brincaria muito mais, curtiria sua infância como a terra seca absorve a água. sairia na chuva com eles, andaria descalço na terra, subiria em árvores. Teria menos medo que se ferissem e se gripassem, e mais medo de que se contaminassem com o sistema social. Seria mais livre no presente e menos escravo do futuro. Trabalharia menos para lhes dar o mundo e me esforçaria muito mais para lhes dar o meu mundo.
Se eu pudesse retornar no tempo, daria todo o meu dinheiro para ter mais um dia com eles e faria desse dia um momento eterno. Mas eles se foram; as únicas vozes que ouço são as que ficaram ocultas nos escombros da minha memória: " papai, você é o melhor pai do mundo, mas o mais ocupado também"
O passado é o meu algoz, não me permite o retorno, mas o presente levanta generosamente meu semblante descaído e me faz enxergar que não posso mudar o que fui, mas posso construir o que serei.
Podem me chamar de louco, psicótico, maluco, não importa. O que importa é que, como todo mortal, um dia terminarei o show da existência no pequeno palco de um túmulo, diante de uma plateia em lágrimas.
Nesse dia, não quero que digam: Eis que nesse túmulo repousa um homem rico, famoso, poderoso, cujos feitos estão nos anais da história". E nem que digam: "Eis que jaz nele um home ético e justo". Pois isso é mera obrigação. Mas espero que digam: 'Eis que nesse túmulo repousa um simples caminhante que entendeu um pouco o que é ser humano, que aprendeu um pouco a ser apaixonado pela humanidade e conseguiu um pouco vender sonhos para outros passantes...".

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